No exercício da Ergonomia, algumas convicções são fundamentais para conduzir um bom comportamento. Possibilitando o raciocínio com objetivo em solucionar uma questão ergonômica. Ao mesmo são constantes por, apesar do contexto histórico sempre sofrer alterações, a essência é o ser humano que se mantém o mesmo em sua base. 

A seguir as convicções: 

1.Ergonomia é o ser humano adaptado ao serviço, tencionando um bom desempenho, sem deixar de lado o conforto e a segurança. O Homo Sapiens é o ser humano a qual fazemos referência, mas há alguns aspectos premeditados, fisicamente (ereto, simétrico e muscularmente fraco), algumas características mentais e psicológicas interessantes (flexível, resiliente), porém também deformável. Podendo ser funcional em projetos construtivos, e fazendo referência a seguinte frase de autoria desconhecida “O trabalhador é o que sua empresa faz dele”. 

2.A Ergonomia é proativa em suas atividades, quando iniciada, na década de 1950, a maior questão a se preocupar era as lombalgias graves, depois as cadeiras e os móveis do ambiente de trabalho, a seguir em 1970, seria o choque das máquinas seguido pelo advento da tecnologia com os computadores e a tecnologia gerencial JIT (just in time) junto a manufatura lean. A partir de 2010 até os dias atuais, a preocupação se concentrou nas Tecnologias 4.0 e o questionamento das circunstâncias de erviço dos contratados pelas plataformas de trabalho (fenômeno nomeado como “uberização”). Portanto, cabe ao profissional da Ergonomia compreender o contexto dos meios de produção, averiguar objetivamente os possíveis impactos negativos sobre o trabalhador e auxiliar a organização na procura de conclusões que promovam as novas tecnologias sem prejudicar o conforto e a segurança. 

3.A questão Ergonômica de uma empresa não se limita às ocorrências de licenciamento médico, remanejamentos e às reclamações de lesões relacionadas ao serviço, pelos trabalhadores. O número de pessoas que mesmo sentindo dor, não pedem afastamento do trabalho é muito grande, o que contribui diretamente para o aumento dos riscos de acidente. Há o problema de cansaço excessivo por conta das condições de trabalho. Para que a Ergonomia tenha uma ação bem sucedida, é preciso considerar também os problemas “invisíveis”. 

4.Como identificar os problemas “invisíveis”? Um profinal da Ergonomia pem preparado, faz 4 perguntas para o trabalhador: Você possui no serviço alguma atividade causadora de DDFDD (desconforto, dificuldade, fadiga, dolorimento ou dor?) Se sim, qual se trata? Em região do corpo? Qual é sua sugestão para solucionar? Existe alguma ação que, para reproduzir, você fica em risco de acidente? A descrição dessas situações, inclusive vendo-as em perspectiva, supre ótimo material para a correção e melhoria das condições de trabalho, antes de acontecer lesões e afastamentos. 

5.A ordenação das medidas a serem aplicadas na melhoria das condições de trabalho: eliminar, melhorias de baixo custo, soluções já familiarizadas. Apenas depois dessas opções deve-se recorrer a soluções mais elaboradas, seguido por resoluções de questões trabalhistas que estejam contribuindo para a sobrecarga. E, se necessário, fazer a orientação ao trabalhador, e cobrá-lo disto. A preparação individual é indispensável, tanto na parte cognitiva como física da ação. O enriquecimento do trabalho, o alongamento dos ciclos ou mesmo o rodízio nas tarefas (job rotation) podem diminuir o impacto das sobrecargas físicas e mentais. Portanto, se nenhuma das medidas citadas resolver, é necessário atribuir períodos de restauração de fadiga (relief breaks), e por último, a substituição do funcionário por um com condições compatíveis com o serviço.  

6.“A ação ergonômica é a junção de medidas de engenharia e de gestão”. A função da correta designação da medida aplicável a cada situação é exclusiva ao profissional da Ergonomia.  

7.Os degraus da ação ergonômica são outro ponto importante: Na maioria das vezes, temos que priorizar as circunstâncias primitivas, que resultam em dor e sofrimento para os trabalhadores. Podem ser coisas simples, como ajustar a cadeira, que já vai ter uma redução de recorrências ao ambulatório do lugar. É preciso atuar também na melhoria da temperatura do ambiente, poluições sonoras e iluminação, além de verificar se os materiais utilizados são adequados e atualizados, atentando-se aos riscos que podem oferecer. Por fim, nos degraus superiores é tratado a organização do trabalho. O ideal é que também haja influência na macroergonomia, tratando de condições que não dependem apenas da organização, mas de um sistema de fornecimento de peças e equipamentos que já chegam em boas condições.