A própria natureza de determinadas atividades profissionais específicas pode envolver a exposição a riscos que, em curto, médio e longo prazo, podem comprometer a saúde e a segurança do trabalhador. Dependendo da atividade desenvolvida, os riscos ocupacionais podem ser classificados em diferentes categorias, sendo os riscos físicos os apresentados por fatores ou agentes existentes no ambiente em que o trabalhador exerce suas funções, como ruídos, vibrações, radiações, calor, frio, umidade.

Antes que se consiga adotar medidas para atenuar esses e outros riscos dentro do ambiente de trabalho, o médico do trabalho e diretor da Sociedade Paraense de Medicina do Trabalho (SPMT), José Cincurá, destaca que o ponto de partida é o levantamento dos riscos existentes a partir dos Programas de Segurança, como o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil (PCMAT).

“Levantados esses riscos, o médico vai analisar cada um”, considera Cincurá. “No risco físico ocasionado, por exemplo, pelo ruído, o médico vai fazer a análise desse risco e vai listar os exames necessários ao controle dele. No exemplo de risco físico que eu citei, o ruído, caso o nível dele esteja acima do aceitável, que seriam 80 decibéis, o médico vai solicitar fazer o exame de controle que é a audiometria”.

Avaliação via Atestado de Saúde Ocupacional

Para que as medidas preventivas sejam adotadas e as possíveis consequências à exposição aos riscos sejam atenuadas, essa avaliação das condições que o candidato à função possui é fundamental. O médico do trabalho e diretor da Sociedade Paraense de Medicina do Trabalho (SPMT), José Cincurá, aponta que, quando o médico do trabalho faz uma avaliação de aptidão para o trabalho, o principal documento gerado durante a análise é o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).

“Para a lavratura desse ASO, o médico precisa, de todos os exames complementares que pediu, – como por exemplo, se trabalha com ruídos vai pedir audiometria – fazer uma análise detalhada com a pessoa candidata. Assim, ao fazer a lavratura do ASO, ele vai dizer se a pessoa está apta ou não”, explica. “Um exemplo: a pessoa que tem mais de 100 quilos não pode atuar em trabalho em altura e nem trabalho em espaço confinado, que são duas situações específicas de trabalho. Se toma como base o peso máximo para trabalho em altura ou em espaço confinado, cem quilos, então, se a pessoa tem mais do que isso ela está inapta para aquele trabalho”.

SOLUÇÕES

Além do exame clínico criterioso a fim de determinar a aptidão ou não do trabalhador à determinada atividade, outro cuidado importante em relação aos riscos ocupacionais é a utilização de estratégias e medidas que visem reduzir ao máximo tais impactos, quando não for possível extingui-los. No caso dos riscos físicos relacionados a ruídos, por exemplo, o confinamento de uma máquina que, em seu funcionamento normal, produz barulho, pode ser uma saída para abafar os sons emitidos. Em outros casos, pode-se fazer necessário o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Cada estratégia dependerá da correta avaliação pelo profissional capacitado para tal.

Dol – “Agentes físicos: levantamento de riscos é necessário” – Veja a notícia na íntegra aqui.