ARevista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO) publica temas que fomentam as discussões sobre saúde e segurança no trabalho (SST). No último trimestre do ano passado, a RBSO trouxe textos sobre exposição ocupacional à hepatite C; falta de efetivos e insegurança em refinarias de petróleo; exposição a agrotóxicos e agravos à saúde em trabalhadores agrícolas; e associação ao aumento de casos de asma em exposição prolongada a animais de laboratório.

Hepatite C

Com o objetivo de apresentar e fundamentar hipótese de existência de rotas inexploradas de transmissão ocupacional do HCV (hepatite C), a revista debate a Exposição ocupacional à hepatite C: saber operário e rotas inexploradas de propagação do vírus.

O ensaio aponta que existe uma lacuna de 50% na identificação de fontes de transmissão do vírus da hepatite C, isto ocorre porque em algumas pessoas os sintomas decorrentes da doença podem levar de 20 a 30 anos para se manifestar. Essa discussão foi baseada em referências bibliográficas e documental. Há suspeita de que existam elos epidemiológicos desconsiderados entre a infecção e acidentes de trabalho.

Refinarias de petróleo

Os acidentes de trabalho vão além de processos operacionais inseguros e da organização inadequada do trabalho. Essa é a discussão do ensaio: Falta de efetivos e insegurança em refinarias de petróleo.

A falta de operadores foi observada nos relatórios oficiais sobre o acidente da refinaria de petróleo BP Texas City, ocorrido nos Estados Unidos em 2005, e em documentos de organizações sindicais, da mídia investigativa e da literatura científica.

Os operadores são os responsáveis diretos pela produção de derivados de petróleo em cada unidade operacional de uma refinaria. As referências utilizadas serviram de aporte para enfatizar que o trabalho dos operadores é perigoso, complexo, contínuo e coletivo. Nesse sentido, o texto conclui que o quadro de pessoal reduzido e a sobrecarga de trabalho dos operadores culminaram em uma série de acidentes de grande porte.

Exposição a agrotóxicos

A revista traz também a revisão realizada em estudos publicados entre 2000 e 2017, nas bases PubMed, Embase e LILACS, sobre Exposição a agrotóxicos e agravos à saúde em trabalhadores agrícolas: o que revela a literatura?

De acordo com estudos, os agrotóxicos podem causar sérios danos à saúde. Para traçar as características dos processos de trabalho na agricultura, foram utilizados, em sua maioria, questionários para avaliar a exposição aos agrotóxicos.

Para investigar a toxicidade a que os trabalhadores estavam expostos, nessa análise, foi constatada a necessidade de se complementar a avalição da saúde dos trabalhadores expostos aos agrotóxicos utilizando biomarcadores de efeito de genotoxicidade e citotoxicidade.

Animais de laboratório e aumento de casos de asma

Em um comunicado breve, o texto Exposição prolongada a animais de laboratório está associada ao aumento de casos de asma aborda uma pesquisa com indivíduos com sensibilização alérgica ocupacional detectada em estudo. Para isso, foi necessário aplicar um questionário para verificar a situação ocupacional atual, relação entre alergia e a decisão de deixar o trabalho.

Segundo estudos, trabalhadores expostos a animais de laboratório desenvolvem sintomas alérgicos que desencadeiam urticária, conjuntivite, rinite e asma. Acredita-se que é importante que trabalhadores dessa área façam periodicamente teste cutâneo com alérgenos ocupacionais.

Constatando a sensibilização, os trabalhadores devem ser alertados sobre o risco de permanecerem expostos aos animais. Além desse teste, os programas de prevenção são fundamentais para reduzir os riscos da exposição a animais de laboratório.

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